Pela porta da frente.

Talvez por um mecanismo de autodefesa esqueci de contar o que aconteceu comigo na semana passada.

Sexta marquei um encontro na minha humilde residência com as minhas duas melhores amigas, a que vai casar e a que acabou de começar a namorar. Já falei delas aqui? Não consigo lembrar…

O intuito era colocar as fofocas em dia, matar as saudades e, claro, comer. Eu não consigo sair pra lugar NENHUM sem dar uma beliscadinha em alguma coisa. Palmas para meu metabolismo!

Há meses queria ir em uma hamburgueria aqui de Santos chamada Sr. Sanduiche. O papo em casa estava bom, mas meu estômago roncava há algumas horas e eu, empolgadíssima, sugeri de irmos para lá.  A Rê ainda comentou que nunca havia ouvido falar do lugar e  eu, mais atrás, disse para a Martinha que queria comer um mega cheese-egg-bacon-salad bem engordativo do cartaz ilustrativo na porta. Subi as escadas rindo por todos os momentos do mês em que senti uma falta imensa dessas amigas do peito e quando virei para abrir a porta achei que estava tendo uma alucinação – das piores.

Meu coração parou e um buraco negro me sugou para as minhas memórias (e dores) mais remotas. Um sorriso de satisfação, vindo da outra parte, me deu uma vontade de ser TÃO ninguém que só Deus pôde entender e após 10 segundos de total congelamento virei as costas, sem maiores satisfações, e cai num choro que eu nem sabia direito o por que. Ou sabia, mas não queria lembrar.

Os planos mudaram e eu ainda não acreditava que após tanto tempo os havia visto lá, como achava mesmo que estavam, felizes e tranquilos dividindo o tempo de um namoro normal. Não tive inveja, não tive raiva, não tive desejos assasinos: tive vergonha. Vergonha de ter acreditado que eu seria mais forte que aquilo, que eu poderia mudar um passado que já nem existe mais, por ter acreditado em meias verdades, meias palavras e meios sentimentos (da minha parte) e tentado mudar toda a minha vida inúmeras vezes para estar num lugar que há uns 7 anos já não é mais meu. Quanta tolice junta.

Passei durepox nos buracos que faltavam ser selados no meu coração e hoje eu posso dizer, meio receosa, que já não quero mais. E os tempos de paz, há alguns meses instaurados por mim para evitar maiores dores de cabeça, reinam de fato. E dessa vez, para sempre.

2 responses to this post.

  1. Post complicado de comentar quando se passa por uma situação que tem tudo prá se tornar exatamente igual à sua. Mas, mesmo sem encontrar as palavras certas posso dizer que compartilho a vergonha que vc passou. Vergonha e raiva foi o que senti certa vez.

    Sobre ter “colado os buracos” que haviam no seu coração, reforce a cola. Às vezes o Durepoxi está “batizado”, e a emenda se rompe. Então, melhor prevenir do que remediar, não é mesmo?rs

    Bjos

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  2. Ouch!
    Sei que um dia vou me deparar com esse momento e o estômago até doeu…
    Eu comprei silvertape pra colar meu coração no lugar… mas não tá adiantando…

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