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loca, loca, loca.

Homem não gosta de barraco. Odeia ver a gente chorando no meio da rua, odeia discussão. Mulher quer ver sangue. Aliás, mulher, se tá com o ovo virado, desce do salto em 3, 2, 1. Eu pelo menos sou assim, maloqueirinha. Odeio quando pergunto alguma coisa e não obtenho resposta, odeio pedir um favor urgente e ter que esperar terminar o 2º tempo do Fla X Flu pra ser atendida. Me arrepia os cabelos, me tira dos sério, eu preciso dar um chilique frenético pra me libertar do ódio acumulado e pra vizinhança toda achar que eu sou doidinha da piriquita. Se não, num dá. Sem liberar a raiva, eu mato um.

E AÍ DELE SE MANDAR EU FICAR QUIETA PORQUE TEM VERGONHA DO QUE OS OUTROS VÃO PENSAR.

Num deixasse de me ligar quando eu pedi, num olhasse pra bunda da loira que passou. Eu grito ainda mais alto, mesmo que não faça efeito nenhum.

Não é que as mulheres tenham momentos de loucura, o que elas tem são momentos de sanidade. Alteração dramática  tá no gene, mil desculpas pra quem tem sangue de barata. Não confio em moça muito blasé dessas que vê o marido xavecar a atendente do supermercado e faz a refinada, finge que num tá nem aí. Eu, hein? Acho suspeitíssimo, tenho vontade de ir lá e bater nele por ela.

Mulher quando gosta precisa fazer uma cena, tema necessidade de, dia mais, dia menos, provocar um caos. E a gente até sabe que tá exagerando, sabe mesmo. Mas falar em voz alta, chorando, gesticulando e pagando de louca dá uma paz inexplicável. Um certo arrependimento também, mas um alívio que supera. Nada melhor que não ter ficado engasgada com nada, de ter colocado os pingos nos is.

Quem engole muito sapo, aceita muito, cede muito e finge não se incomodar com nada pra não criar discórdia, pra mim, não é mulher de verdade, me desculpem.

Mulher que ama, morde.

Leia e depois escute:

feminices.

Mulheres são faladoras natas. Bastam 30 segundos sentadas na cadeira da manicure pra toda a conversa do salão virar terapia coletiva: fulano que largou beltrana, que casou com cicrana, o marido que não ajuda nas tarefas de casa, a prima solteirona… E por aí vai. Salão de beleza, aliás, é estilo A.A. ,  tudo se confessa, tudo se comenta e, a cada final de semana que ocorrem “novas reuniões”, cada uma em sua cadeira comenta sobre  os resultados dos causos passados, uma loucura.

Nenhum homem entende tanta hiperatividade.

Nenhum homem entende essa capacidade que temos em falar simultaneamente a qualquer outras 5 tarefas que já estão sendo realizadas.

Eu, por exemplo, odeio fazer qualquer coisa sozinha. Nasci pra viver, pelo menos, em par. Preciso comentar a vida em tempo real, que nem narradora de partida de futebol. Não pode me escapar nenhum detalhe porque senão depois eu esqueço. Aliás, comentário tem que ter exemplo, não tem a menor graça sem contexto.

Mulher é maldosa. Habituem-se.

Academia sem ter ninguém pra fazer “análise social” não tem o mesmo sabor. A gente precisa falar daquela fulaninha que parece que saiu da zona e foi malhar, da que tem o cabelo ruim, da mais gordinha, da halterofilista… Eu sei, é uma crueldade desmedida mesmo. Mas vocês tem que admitir que a gente também sabe ser honesta. Quando a outra tem aquele corpo e cabelo es-cul-tu-ral a gente cutuca até o marido que fingiu não olhar a bunda de 105 cm que acabou de passar; se é pra admitir a derrota que seja por um caso digno.

É por isso que nos sociabilizamos em qualquer ambiente, que dificilmente somos deslocadas em 100%. Banheiros públicos, pontos de ônibus, restaurante por quilo, fila de super mercado…Nos unimos em pról de qualquer causa, seja ela nobre ou não. Podemos protestar sobre a possivel crise política mundial, ou nos engajarmos para conseguir o modelo arrasa quarteirão que a amiga precisa ter pra conquistar o cara do emprego. Qulquer coisa. Toda a causa é nobre, toda a vida é aventura, toda a ocasião precisa de vida.

E vocês homens podem falar que somos falsas, loucas, que não sabemos dar continuiade a um único assunto, que as nossas contas de telefone são absurdas e nossos gastos excessivos… Mas se vocês tivessem que se relacionar com um ser igual a vocês morreriam de tédio. E tenho dito.