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meu melhor amor amigo.

Como vocês souberam aqui pelo blog, estive de molho por alguns dias. E, nesses dias, sem fazer muitas coisas além de comer, dormir e ver True Blood (sou viciada!) meu namorado me enviou um vídeo bem interessante de um coreano que anda arrasando pela vlogosfera, o Denis Lee. Ele fala sobre muitos assuntos interessantes de forma realmente divertida, com um excelente roteiro e uma edição bacanudíssima. Já tinha visto alguns trabalhos dele até que ele esbarrou no assunto em que eu, como vocês já notaram, tenho prazer em conversar: relacionamentos. O tema do vídeo com certeza deve atrair todos vocês, porque eu desconheço quem tenha passado nessa vida sem nunca ter se apaixonado, tentado namorar e, via de regra, se afastado de um grande amigo.

Eu nunca fui apaixonada pelo meu melhor amigo do mundo, mas já me interessei por muitos outros amigos. Aliás, acho que pra namorar a gente deve mesmo ter uma amizade antes, é de muita conversa, intimidade e troca de experiências que um relacionamento é feito. Não concordo muito com esse lance de que amigo vira ser assexuado, nem todos são assim. Há quem diga que homem sempre tem segundas intenções com amiga mulher, mas eu também não encaro a história sob essa perspectiva. Há amigos-irmãos, que só o fato de pensar em estar junto já é como se fosse um incesto e há amigos que de tanto a gente conhecer, conviver e, de tanto saberem sobre aquilo que gostamos, ou não, acabam se moldando ao nosso gosto – e se tornando, meio que sem querer, algo a mais. Ou alguém que desejemos que seja algo a mais.

O que o Denis citou no vídeo em relação à cabeça das mulheres foi bem pertinente; às vezes a gente se afasta porque vocês, depois de terem tomado um fora nosso, rompem a amizade pra não sofrer deixando um grande mal entendido no ar. O velho e grosseiro: “ele só conversava comigo porque queria me comer.” Eu sei que essa atitude masculina tem lógica, que o orgulho ficou ferido, mas calma lá. Se a amizade valia tanto a pena, se durou tanto tempo, a ponto de vocês cogitarem a possibilidade de um namoro, por que não insistir na idéia? Tentar conquistar? As coisas na vida, já cansei de dizer, não são redondinhas.

E quando é o contrário? Quando a menina é que gosta do sujeito, vê ele namorar cem mil pessoas e nunca assume nenhum sentimento Com medo de perder ele de vista? Na certeza de que nunca vai passar de só amizade? Triste, não é?

Pra mim, amizade de verdade, não acaba. Mesmo que as pessoas namorem. Mesmo que dê tudo errado. Mesmo que as pessoas decidam não namorar. Eu acho que SEMPRE vale a pena tentar. Coisa ruim nessa vida é se arrepender daquilo que não fez. Você fica pra sempre pensando na possibilidade, voltando no “e se”, sem nunca se libertar da situação. A verdade é uma coisa complicada de se lidar, é muito melhor idealizar uma vida inteira. Porque quem fala a verdade se expõem. E pode ser vergonhoso, doloroso, até ridículo. Mas é honesto. Pior é guardar pra sempre um sentimento que, no final das contas, pode se tornar recíproco.

Está apaixonado pelo seu amigo ou amiga? Conquiste-o. Seja quem você sabe que ele/ela procura. Vire o jogo, mostre seu potencial. Por fim, declare-se. O não você já tem garantido.

O Canal do Denis você pode acessar clicando aqui.
E abaixo, dêem aquela olhadinha marota no vídeo que me inspirou o post! Valew, Denis! =]

transformações.

Quando um romance acaba, quase sempre é um drama. Evitamos encontrar, falar ou saber sobre qualquer coisa que aconteça com a pessoa, ou pior: queremos controlá-la ainda que à distância, ainda que soframos calados com qualquer coisa que ela esteja vivendo sem a nossa presença. Por muito tempo engolimos seco. Terminar é sempre indigesto, mesmo com a consciência de que era o melhor a ser feito. Morremos de medo do novo.

Um amigo comentou comigo que ainda que um relacionamento termine de forma traumática saímos transformados dele. A gente aprende mais com os problemas que com os bons momentos, pra um namoro funcionar devemos superar as diversidades e se esse mesmo relacionamento, fatalmente, terminar, levamos conosco toda a sabedoria conquistada. Aprendemos a ser tolerantes, a entender que as famílias não são todas iguais, aprendemos que não existem profissões mais ou menos dignas e que sertanejo não é assim tão ruim. Aprendemos a gostar de sushi e de carne de porco, a dormir no calor rodeado de mosquitos, a saber que algumas coisas que não nos agradam devem ser feitas por amor, com amor e pelo amor. Muitas vezes contra a nossa vontade.

Aprendemos também sobre aquilo que não devemos fazer, a detectar ciúmes, evitar discórdias e amenizar crises. E tudo isso acontece de forma inconsciente. Achamos que quando termina um amor estamos exatamente iguais a antes, o que é impossível. O tempo todo a gente se tranforma, evolui, mudei muito mais dos 20 para os 23 anos que dos 15 aos 20. Principalmente porque comecei a me conscientizar sobre o meu passado, a fazer avaliações dos meus padrões de envolvimento e a perceber o quanto me desenvolvi como pessoa por meio de outras pessoas.

Nada que se vive é por acaso. Somos esponjas prontas para absorver trejeitos, expressões, atitudes e opiniões alheias.

Só temos que ter o cuidado de consumir daquilo que é certo. E mudar para melhor.

mais do mesmo.

Sábado, no bar, buscando inspirações para um post, um amigo meu veio com um nova proposta:

– Ericka, você precisa escrever sobre algo que a gente não saiba. Algo que ninguém saiba. Algo que mexa com as pessoas, isso tudo que você diz a gente já sabe.

Me defendi dizendo que escrevo de forma diferente do que se espera quando o assunto é relacionamentos, mas, quanto ao tema, não tive nada a declarar: não há como ser inovadora em se tratando de amor. Posso escrever de forma atrativa, mas não posso inventar pautas estrambólicas. Daí parei para analisar o por que.

Eu escrevo coisas óbvias, visíveis, plausíveis, poderia dizer até que palpáveis. Coloco em linhas situações e questionamentos que todo mundo por aí vive, já viveu ou pensa em viver. Nada inovador. Porque não há nada de inovador em gostar de alguém, ter problemas, encanações e via de regra não saber lidar com isso. Eu não escrevo para ser revolucionária, para chocar a sociedade com um novo modo de amar indolor, sem provocações, aborrecimentos ou frustrações. Escrevo, sempre e sempre, mais do mesmo, daquilo que você, sua mãe, sua vó e todos ao seu redor sabem, mas é dificílimo por em prática. É como dizem na expressão chinesa: “Quando estamos embaixo da luz é quando enxergamos com maior dificuldade”.  Meus textos apagam luzes. Fazem as vezes de uma terapia, de um amigo que pode não estar ao seu lado, mas te diz tudo aquilo que acha que você deve saber – mesmo que essas coisas não sejam, exatamente, certas. Meus textos são opiniões sobre relacionamentos, condutas, falam sobre recortes da vida à dois sem intenção nenhuma de ser novidade.

Posso não ser a melhor escritora do mundo, mas duvido que você não tenha lido absolutamente nada aqui que te fez pensar em silêncio, daí da cadeira: “pode crer”.

E se eu consegui mesmo esse efeito, missão cumprida. Bora falar sobre o que todo mundo já está careca de saber! (e que não põe em prática quase nenhuma informação.)

será que é amor?

Queridos, recebi alguns e-mails no Consultório que só vou ter tempo de responder semana que vem! A vida anda corridíssima, ficar entre Santos e São Paulo durante a semana me faz perder aí umas 7 horas de vida on the road… Complicado!

Fazendo um resumão do que eu tenho na minha caixa de entrada, notei uma tendência geral de questionamentos em relação aos limites do amor. Quando é que termina a atração e a paixão e começa, de fato, a reinar o tal sentimento nobre em nossos coraçõezinhos? Quando é que os romamnces viram obsessão ou quando é que as coisas começam a ficar meio fora do controle? O amor já teria dado lugar a outros sentimentos? Ou apesar de tantas loucuras ele ainda estaria por lá?

Gostaria de ter respostas pontuais para descrever como o amor se dá, mas é se soubesse de tudo isso esse blog não teria a menor serventia. Não pararíamos para refletir sobre o que é certo ou errado quando o assunto é relacionamentos.

Não consigo definir limites em relação aos sentimentos já que eles tanto podem acontecer em simultâneo, como odiar alguém e ser apaixonado por essa pessoa, como podem vir em separado. Aquilo que está na nossa cabeça (e coração) varia em intensidade ou representatividade de pessoa para pessoa. O que é amor pra mim pode não ser pra você, o que eu sinto pode ser bastante diferente daquilo que você vive, percebe… E sente também.

Posso falar de forma genérica sobre o que NÃO É amor. O que também não é fácil de identificar porque não somos feitos só de amor, ódio, paixão… Somos complexos demais pra colocar em linhas ou tentar definir sentimentos, mas podemos notar alguns padrões de comportamento; e são deles que eu tenho falado por aqui em alguns posts.

O que mais me intriga nisso tudo é essa sede que as pessoas tem em definir as coisas. Quem define, se perde. Se for amor, você vai saber. Vai sentir. Amor é aquele sentimento irracional que te faz querer ser melhor não por você, mas pelo outro. É que faz você ter a consciência de que existem no mundo pessoas mais bonitas, interessantes, inteligentes, fortes, sensuais, mas ainda assim você deseja estar com apenas uma,  imperfeita, que você escolheu para estar do seu lado porque sim. E simplesmente porque sim.

Recebi perguntas sobre traição, sobre trocar ou não de parceiro, sobre pequenas infelicidades que se tornam um problemão, sobre muitas e muitas coisas distintas questionando sobre o mesmo ponto: será que ainda é amor? Será que houve amor um dia? Será que amar é essa porcaria mesmo?

Não posso julgar se é amor, mas posso dizer que questionar-se demais já não é um bom sinal. Sei que amar não é ter sempre certeza, como diria Jota Quest, ninguém é perfeito pra ninguém e disso a gente sabe. Mas entre o sim e o não, entre desejar estar com outras pessoas ou com a que optou por chamar de namorada, noiva, ficante…Entre partir ou ficar, eu sempre sugiro partir. É drástico. É problemático. Traz consequências. Mas é melhor partir e definir-se por não estar que trair. Que enganar e magoar alguém que você pode descobrir posteriormente que amava de verdade. Que era amor. Das mágoas pode-se voltar atrás, das culpas, dificilmente.

E amar não pode ser uma porcaria, não 100% das vezes. Ocasionalmente amar vai ser uma porcaria. Vai doer, vai encher o saco, vai proibir, inibir, constrangir, vai cansar. Mas aí os envolvidos dormem, acordam e tudo passa a valer a pena de novo.

O que é amor, então?

Acho que é ainda ter dentro de si o desejo de não desistir.

*****

Leu? Gostou? Então agora ouve: Será que é amor? Arlindo Cruz na voz do Exaltasamba.

poderosa.

Nunca acreditei em mim.

Como muita gente, vez ou outra, eu acho, deve duvidar de si. Sempre me senti mediana, ruim em matemática, ruim em tudo. Nunca achei que escrever fosse dom. Achava que toda a pessoa, se treinasse um bocadinho, fosse capaz de passar para o papel corretamente, linha após linha, as ideias que tinha na cabeça.

Quando na escola elogiavam uma redação qualquer eu ficava feliz, mas não ligava muito. O que se extendeu até os dias de hoje. Inteligente pra mim é quem resolve todos aqueles problemas de Física e entende Química, coisas das quais eu nunca consegui entender.

Pensava em ser jornalista não porque considerava que essa era minha vocação, mas porque acreditava que não sabia fazer mais nada além disso.

Enquanto meus amigos discutiam suas aptidões e carreiras, decidiam se prestavam Engenharia ou Direito, eu já tinha lá, bem definido na minha cabeça, que queria ocupar um posto no Jornal Nacional ou que, no mínimo, ia escrever sobre as crises políticas internacionais na Folha de São Paulo.

A questão é que logo no inicio da faculdade percebi que esse mundo de coisas palpáveis nunca foi lá meu forte, eu sempre gostei mais foi de gente mesmo, sempre prestei mais atenção no lado emocional que racional de todas as coisas na minha e na vida alheia.

Foi daí que entre ser uma literata sem muito futuro e ser uma designer apaixonada eu optei pelas artes. E hoje, apesar de ter muita certeza que amo a profissão que escolhi, não tenho muita convicção se é pra isso mesmo que eu sirvo. Dá pra entender? A gente precisa encontrar nosso lugar no mundo para que as coisas funcionem direito.

Escrevi na contracapa de todas as minhas agendas até os meus 16 anos a seguinte frase: “Quem sabe o que quer e onde quer chegar encontra os caminhos e o jeito certo de caminhar.” Hoje, no bar, me lembraram dessa máxima de vida sem nem nunca terem tido acesso a quaisquer que fossem essas agendas, me lembraram que é preciso que eu acredite em mim e tenha um plano. Se eu mesma não acreditar que sou boa em algo, como vou me impor? Como vou convencer os outros de que sou capaz de ser muito além do que se vê por meio das coisas que eu escrevo, desenho e tudo o mais?

Não basta sonhar, é preciso ter um plano. E ultrapassar alguns obstáculos que a gente insiste em dizer que estão pela vida, mas que se prestarmos bastante atenção, estão dentro da gente.

para o plano superior…

Deus,

Dizem que devemos conversar diretamente com o Senhor, sem muitas formalidades. Como escrevendo me expresso melhor que falando, resolvi encaminhar a cartinha de Natal do Papai Noel pra você, já que quem manda no pedaço é mesmo a sua pessoa.

Estou escrevendo já sem esperanças de ser atendida, porque há tempos ando me sentindo meio ignorada pelas forças superiores. Não estou reclamando, hein? Antes que você fique ofendido. Minha vida está ótima, sou muito feliz, aliás, obrigada por tudo. Mas, obviamente, se escrevo para te fazer pedidos é porque não estou, assim, tããããão satisfeita. Nunca estamos satisfeitões, aliás, e o Senhor sabe bem disso.

No ano de 2011 gostaria de ganhar de  presente um emprego para me sentir um pouco mais útil no mundo. E que com esse emprego eu consiga me sustentar em São Paulo e tirar a minha carta de motorista assim que puder. E já que é pra extrapolar no pedido, vou especificar um pouco mais: quero trabalhar com algo que eu realmente goste e que, de preferência, eu faça com amor.

Registro aqui que quero continuar sendo conselheira dos meus amigos, não me destitua desse cargo. Mas também gostaria de ter coisas boas pra contar em outras áreas além dos assuntos do coração.

No campo material, primeiro o Senhor pode mandar um notebook. Cansei de chorar pelos enfartes do meu. Depois, uma câmera digital semi-profissional não seria nada ruim (perceba que por aqui não trabalhamos com pedidos humildes). AHH! Um Iphone e uma tablet fariam da minha vida assim… PERFEITA! Mas não são exatamente necessários…

Por fim, vou agradecer pela vida de algumas pessoas, citando nomes mesmo (que eu lembrar, né?) e por mais tantas outras que o Senhor sabe que fizeram da minha vida muito muito especial no ano de 2010:

Fabi Mesquita, Carla Maia, Paula Miguel, Carolina Bertolucci, Carine Caitano, Ana Rebeca Sales, Diego e Felipe Zamana, Rosangela Soler, Maria Martha, Marta Vianna, Renata Guardia, Letícia Rodrigues, Daniel Negrão, Mariana Bailão, Nathália Melzer, Maurício Mascia, Tarsila Valério Torres, Laila Mancilha, Fernanda Beltran, Juliana Ferreira, Thaiza Simal, Thaís Hashimoto, Priscila Ferreira, Daniel Heilbrun…

E toda à família Tamashiro e seus agregados!

Acho que é só!

Com carinho,

Ericka Rocha.

billionaire.

Para ler ouvindo:

Converso muito sobre a vida com uma amiga muito especial. Inteligente, divertida e bem sucedida. Tem a graninha dela, o carrinho que está pago, uma carreira para seguir em frente e chamar de sua. Claro que tem lá seus perrengues amorosos, suas dores de cabeça de stress e mais um bocado de outras coisas que quando a gente vira sujeito homem adquire. Mas dizem que a vida não teria valor nenhum se só vivessemos de gratas memórias… E afinal de contas não temos nem a opção de provar o contrário!

O que essa minha amiga possui já está muito acima do que qualquer brasileiro no auge dos seus 23 anos poderia desejar, mas, para ela, não basta. Sinceramente, algum dia a vida que levarmos será a vida dos sonhos?

Creio e desejo que ela nunca seja, pra que as coisas tenham sentido.

Há uma enorme diferença entre ser ambicioso e ser obcecado. Há diferenças também entre obstinação e alucinação. Vou tentar explicar melhor.

Ao olharmos no espelho algo sempre incomoda: o cabelo, a barriguinha ou as olheiras que já criaram raíz. Nós andamos bem, falamos bem, não temos nenhuma doença grave que nos limite ou que nos impeça de ser melhores. No mundo há tratamentos de estética caríssimos que funcionam, existe academia, cremes… Mas não existe máquina de tirar câncer, por exemplo. Quando somos ambiciosos tentamos chegar naquilo que desejamos no tempo presente, mas nossos desejos mudam assim que os conquistamos. Sempre queremos evitar os cânceres, metaforicamente falando. Tornamos nossa ambição em algo positivo, que nos leva a evoluir. Pois bem,  a obceção nunca é boa. Com ela tentamos nos tornar insuperáveis. Queremos ser algo que uma parcela mínima da sociedade consegue ser e nos tornamos pessoas cegas. Nada está bom, nada é suficiente, nada é impossível. Sinto frustrar todos os sonhadores de plantão, mas algumas coisas, simplesmente, às vezes são impossíveis.

Gente obstinada corre atrás, se esforça, mas sabe que o que tem é maravilhoso. Sabe dar graças pelo o que conquistou e, se fracassar, hora ou outra vai perceber que aquilo talvez nem fosse assim, tão importante. Vai enxergar o lado cheio do copo, vai saber a hora de parar. Há quem não saiba. Há quem chegue à loucura. Há quem comece a alucinar uma vida que talvez nunca consiga ter e se torna vítima da própria criação. Isso é triste. E mais triste é notar que para a pessoa tais desejos são normais. É normal ter 5 carros, viajar pra Europa no final de semana. Tudo perfeitamente aceitável e tangível.

Às vezes reclamamos das coisas que não temos sem atentar para as que temos. Eu sou assim. E por muitas vezes fico olhando a vida de outras pessoas pensando que elas estão realizando sonhos que são meus, indo para lugares e conseguindo coisas que faziam parte dos meus planos. E agora, refletindo sobre isso, perecebo que talvez estas mesmas coisas não deixem essas pessoas felizes. Que esses sonhos sejam pequenos perto do que elas desejam.

E, talvez, seja eu a sortuda que tenha um mundo de coisas almejadas por aí e nem saiba.

biscoito da sorte.

Conversando com um amigo sobre as  maravilhas do amor moderno (o que não vem ao caso…) e sobre a minha total falta de noção sobre o que eu vou ser quando crescer mesmo já sendo gente grande, ele me disse a seguinte frase: “A preocupação nunca venceu o destino.” Achei que apesar dele afirmar ter lido tal citação num biscoito da sorte chinês tamanha sabedoria valia uma análise.

Cá está ela.

Sou uma apavorada, é sério. Nasci de 5 meses. Num sei esperar nem o bolo assar, geralmente corto e me sirvo de um pedação quente e cru só pra me certificar MESMO que ele está horrível e que precisa assar mais. Tenho gastrite. Tenho compulsões esporádicas por compras inúteis (a do momento são os esmaltes…), destruo minhas orelhas durante a noite, de nervoso, (é, isso mesmo) e faço listas. Inúmeras. De coisas que quero comprar, fazer e ser. Listas eternas que ficam espalhadas aos montes, já comentei disso aqui com vocês. Não sei esperar absolutamente nada acontecer. Vou lá e faço. Barganho com Deus até tempo bom ou ruim. Atropelo o destino. Sou tão preocupada que me caem os cabelos, perco a fome e o sono. Eu farei terapia, pode deixar. Mas, sabe, apesar de todas as minhas loucuras sei que nada faz com que as coisas sejam diferentes do que elas devem ser.

Somos capazes apenas até certo ponto de fazer o melhor por nós mesmos. Ou às vezes o pior. A verdade é que não dá pra não acreditar em Deus. A gente sempre esbarra numa impotência ou outra que você pode chamar de azar, mas eu chamo de timming divino.Gente sem nada que de repente tem tudo. Gente com tudo que de repente fica sem nada. Gente burra que funciona, gente inteligente que nunca evolui. Todos os tipos de gente, de repente, num certo momento da vida… PUM. Algo ocorre.

Olha só, fiz uma faculdade, faço outra e num trabalho oficialmente desde 2008, sabe? Que encosto é esse, gente? QUE EXU. Não adianta eu ter crises psicóticas, sinceramente. E também num adianta eu ficar tentando prever acontecimentos como se a vida fosse uma coisa linearzinha, cheia das suas ações e reações. Seria muito bom se tivéssemos 100% de certeza de que o melhor para nós é o que fazemos. Simplesmente temos noções básicas de conduta, mas no final das contas, creio que existe algo maior que tudo isso, honestamente.

A vida é tão engraçada que fui bizarramente ajudada por um biscoito chinês alheio. E  juro que vou perguntar para o meu amigo se ele ainda tem anotada aquela sequência de números sem lógica que vem atrás da sorte do biscoito…. JURO que vou jogar na Sena.

Vai que, né?

por dentro.

Gosto de ficar analisando minhas próprias condutas para ser uma pessoa melhor. Obviamente, sou terrível em muitos aspectos, mas acho inconcebível o fato das pessoas não serem capazes de auto-corrigir-se (está certa a grafia dessa palavra?) e melhorar, tentar ser seres vivos mais dignos e agradáveis para si ou para com os outros. Meu pai é assim, uma muralha. Não ri, não chora, não admite erros. Não pede perdão, nem desculpas, não demonstra carinho algum. Meu pai e mais uma série de outras pessoas que conheço.

Não nascemos exatamente do jeito que somos hoje, me refiro aqui ao momento presente. Seria um clichê da psicologia dizer que o que nos define é parte DNA e parte exeperiências, mas essa é a maior verdade sobre todas as coisas das quais escrevo aqui. Penso que se nosso DNA é imutável, deveríamos fazer com que as nossas experiências mostrem coisas. Quando nos enervamos com algo, procurarmos saber o por que verdadeiro de tal. Quando desgostamos, quando nos entristecemos… Enfim, o tal do auto-conhecimento.

Penso, também, que a maioria das pessoas ou busca o auto-conhecimento e se torna melhor ou se fecha na tal da imutabilidade, tornando-se intragável. O mundo é que está errado, não você. A sociedade é que é clichê, cheia de convenções, não você, você nunca. Ou melhor, você sempre.E  o mais engraçado é sofrer com essa mesma decisão de manter-se rígido em relação aos próprios conceitos.

Alguns chamam de egoísmo, outros de egocentrismo. Os mais ousados chamam de amor-próprio, que, pra mim, é um conceito bem distorcido já que beira o orgulho cego. Eu chamo de escrotisse. Eu odeio gente escrota.

Acho que se não for pra fazer as coisas por si, que seja por quem você realmente se importa. Se não for pra mudar porque deseja, que seja porque é preciso. Porque a vida seria mais leve assim; sem crises, cobranças, é gostoso fazermos alguém feliz mesmo que isso nos torne “a little bit miserables”. É como cutucar a casquinha da ferida que coça: dói, mas também nos dá um estranho prazer de arrancá-la de lá. Deixa marca, mas sara. E depois a gente nem lembra de onde veio aquela cicatriz que não nos deixou mais ser 100% igual ao que éramos antes, mas no final das contas, nem fez muita diferença.

O importante é que ela se instalou lá para aprendermos a não tropeçar pra não machucar tão feio.

Amar (num sentido amplo) é simples assim.