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melhor que ontem.

Não há nada pior que amar alguém que nunca vai deixar de te desapontar. Que sempre vai ter uma justificativa para esse ou aquele vício, que vai te magoar, te ouvir reclamar,  mas que nunca, sob nenhuma hipótese, vai ser capaz de mudar.  E que você, por amar tanto e saber que isso implica em ceder,  se vê obrigado a aceitar. Que tal detalhe faz parte de uma personalidade peculiar e que o único jeito de tornar-se feliz é sendo um pouquinho miserável, dia-a-dia. A cabeça às vezes é tão dura que faz a gente acreditar que o amor exige mesmo esse tipo de sacrifício esquecendo que esse sentimento deve mudar a gente pra melhor. E mudar o outro também. Se apenas uma das partes está disposta a ceder pela outra, pode até existir amor; mas não vai funcionar por muito tempo.

Como se fôssemos todos carangueijos, capazes de andar apenas para os lados, assim também fica o relacionamento, sem evolução. Somente se esgueirando pra direita ou pra esquerda, fugindo da responsabilide adquirida de fazer o outro feliz, incapaz de dar um passo sequer para frente por pura teimosia, ou às vezes, por uma enorme diferença de gênios. A parte que geralmente não muda tende a aprender em outros relacionamentos, quebrando a cabeça. Mas e quando gostamos demais para deixar o outro ir, sofrer por aí e ser feliz com outra pessoa? Sou daquelas que não gosta de desistir. Insisto até o meu próprio limite se acho que realmente vale a pena.

Vejo em centenas de relacionamentos o quão pouco é necessário tão  fazer para  que as coisas funcionem. Se todos os casais tivessem a coragem de expor seus desejos passariam a ser mais felizes e a entender o prazer que há nisso. Se eu tivesse que escolher um único conselho em relação aos desamores, aliás, seria esse: não deixem que a dor se acomode e fique lá, escondida. Levantem, conversem, discutam, chorem se for preciso, mas nunca fiquem parados, conformados diante de coisas que incomodam. A parte ruim cresce diante de você e faz feridas terríveis.

Por mais que no amor desejemos evitar os desgastes, não dá pra fingir ser a pessoa mais feliz do mundo sem sentir isso de fato. Não dá pra brincar de ter pequenas alegrias e grandes amarguras o tempo todo porque não quer confrontar o outro e fazê-lo enxergar suas falhas. Afinal, também temos as nossas. Nada está perdido. O namoro, noivado ou rolinho não é uma porcaria. Até porque não é sensato ficar junto querendo partir, quem está é porque um pouco de esperança ainda tem.

Não dá pra sermos ilhas, fechadas, inatingíveis e imutáveis,  cercadas de argumentos falhos que esbarram, vez ou outra, em acusações infudamentadas em relação ao outro, mesmo que estas aliviem nossas culpas e façam sentido. Sejamos adultos. Assumamos quando temos culpa, peçamos perdão quando nos é devido e nos transformemos para evoluir. A gente não consegue ser feliz sem se misturar no outro, sem dar um pouquinho da gente. E também não consegue se relacionar sendo estático.

mais do mesmo.

Sábado, no bar, buscando inspirações para um post, um amigo meu veio com um nova proposta:

– Ericka, você precisa escrever sobre algo que a gente não saiba. Algo que ninguém saiba. Algo que mexa com as pessoas, isso tudo que você diz a gente já sabe.

Me defendi dizendo que escrevo de forma diferente do que se espera quando o assunto é relacionamentos, mas, quanto ao tema, não tive nada a declarar: não há como ser inovadora em se tratando de amor. Posso escrever de forma atrativa, mas não posso inventar pautas estrambólicas. Daí parei para analisar o por que.

Eu escrevo coisas óbvias, visíveis, plausíveis, poderia dizer até que palpáveis. Coloco em linhas situações e questionamentos que todo mundo por aí vive, já viveu ou pensa em viver. Nada inovador. Porque não há nada de inovador em gostar de alguém, ter problemas, encanações e via de regra não saber lidar com isso. Eu não escrevo para ser revolucionária, para chocar a sociedade com um novo modo de amar indolor, sem provocações, aborrecimentos ou frustrações. Escrevo, sempre e sempre, mais do mesmo, daquilo que você, sua mãe, sua vó e todos ao seu redor sabem, mas é dificílimo por em prática. É como dizem na expressão chinesa: “Quando estamos embaixo da luz é quando enxergamos com maior dificuldade”.  Meus textos apagam luzes. Fazem as vezes de uma terapia, de um amigo que pode não estar ao seu lado, mas te diz tudo aquilo que acha que você deve saber – mesmo que essas coisas não sejam, exatamente, certas. Meus textos são opiniões sobre relacionamentos, condutas, falam sobre recortes da vida à dois sem intenção nenhuma de ser novidade.

Posso não ser a melhor escritora do mundo, mas duvido que você não tenha lido absolutamente nada aqui que te fez pensar em silêncio, daí da cadeira: “pode crer”.

E se eu consegui mesmo esse efeito, missão cumprida. Bora falar sobre o que todo mundo já está careca de saber! (e que não põe em prática quase nenhuma informação.)

falsidade ideológica.

Falei aqui que nós mulheres somos excelentes atrizes, não falei?

Então, homens, fiquem atentos a isso.

Nem sempre aquela mulher que usa vestidinho curto, mais justo que Deus quando repartiu os pães e os peixes, é biscate. Arrisco dizer que nem sempre, quase nunca.

É claro que depende muito da faixa etária em que isso acontece. Se ela tiver cara de mãe de família e corpo de menina de 20 anos você trate de desconfiar: é uma cilada, Bino.

Não sei por que em algum momento da vida as mulheres começaram a achar bonito usar micro-mega-saia-justíssima-preta-de-vinil. Não sei mesmo. Aliás, sei sim. Porque vocês, homens, adoram. E como vocês ultimamente andam super fechados para relacionamentos sérios e nós gostamos de nos sentir desejadas, o negócio desanda. E algumas não conseguem equilibrar os atributos físico-intelectuais e partem pra guerra.

Nem sempre aquela garota que cai na noite como se fosse pra zona é a mais cachorra do mundo, mas ela gosta de se sentir assim…Observada. E ela também tem a certeza de que aproximadamente 87% dos homens em algum momento da festinha vai se aproximar dela. O mercado anda bravo, a concorrência desleal e nós, meus caros, somos sábias. Estamos cansadas de saber que machos são visuais e que basta uma alcinha de sutiã vermelha aparecendo que mil e uma histórias de amor pornográficas se materializam na mente de vocês. A mulher pode ser burra quando apaixonada, mas é uma artista na hora da caça.

O problema, no final das contas, é quando por detrás de toda essa aparente safadeza a mulher é uma virgem. Tenho amigas que são totalmente voluptuosas na balada e que nunca viram um órgão sexual masculino (pra num dizer outra coisa) nem em foto de catálogo de cueca. Passam a mensagem errada e mantém a fama de solteironas na pista, mas na hora do vamos ver… Não rola nem mão boba, elas travam. Porque o homem já chega chegando, trabalhado na má intenção.

É óbvio que também existe também o tipo contrário: a que se faz de santa, mas já deu mais que xuxu na serra. Mas daí vocês adoram e querem casar. Nada melhor que ter uma mulher “de família” pra andar de mão dada no shopping.

Quando o homem for seguro de si e te quiser de verdade você não vai ter porque mentir. Ou, pelo menos, não vai ter que ter essa conduta 8 ou 80 que eu ando vendo aos montes na mulherada.

Não é  muito mais vergonhoso ter fama de vagabunda de graça que admitir, em meio a essa sociedade podre, que vai casar virgem e prefere que seja assim? Porque os valores estão tão invertidos? Pensem bem. Virgindade e santidade são coisas diferentes. Porque a sacanagem vai muito mais além que um vestididinho curto, uma insinuação ou uma palavra baixa. Ser sensual é uma coisa, ser sexual é outra e ser vagabunda de beira de estrada, outra. Não procurem os extremos.

A gente sabe que anda difícil encontrar homem decente no mundo. O nerd bacana nunca vai chegar numa mulher bonita, inteligente, bem resolvida e difícil. Não vai. Amedronta. Agora, se a casta puritana pagar de devassa… Pode ser que encontre um cara que realmente a queira fazer feliz, porque ele não vai ter medo de tomar um fora. E se ela for mesmo interessante  – e ele, coerente –  não vai ter essa de quantos ela beijou ou esteve na cama; ele vai se importar com aquilo que ela é.

Já vi muito homem se apaixonar por prostituta, daquelas de verdade mesmo, que trabalha na noite. Então vamos parar de julgar a embalagem, atentar mais para o conteúdo e começar a viver como realmente somos?

Seria o começo de um mundo melhor.

o amor no cotidiano.

Uma mulher liga pra outra, desesperada:

– Menina, você não sabe!
– O quê?
– Hoje o dia foi um terror, me aconteceu assim, a desgraça das desgraças.
– O que??????? Aquela vaca da outra sala tava com a mesma saia que você? Encontrou com o ex na rua?
– Não, amiga, roubaram a minha vaga.
– CO-MO A-S-SIM?
– ROUBARAM A MINHA VAGA. Cheguei lá no trabalho pra estacionar, atrasada, claro, e tinha um Corsa preto na vaguinha do meu Gol. UM CORSA, VOCÊ ACREDITA?
– Men-ti-ra. E o que você fez? Furou o pneu do cara?
– Deu vontade, viu? Mas tava atrasada, alguém podia ver, num arrisquei. Pensei em arranhar a lataria do sujeito de ponta à ponta, onde já se viu? O cara pegou  A MINHA VAGA. Tive que andar 4 quarteirões de salto alto num calor dos in-fer-nos. Quis MORRER.
– Ai,amiga, posso imaginar, que fase. Deve ser um gordo, maldito, sedentário. Só pode. E de resto, tá tudo bem?
– Tudo. Comprei um vestido lindo.
– Aquele azul?
– Não, aquele verde que eu vi no shopping. Final de semana eu ponho pra você ver.
– Ai, então tá ótimo. Me liga mais tarde?
– Ligo.
– Super beijo!

A mulher chega em casa e comenta a situação com o marido:

– Amor, tive um dia terrível.
– Ah, é?
– Cheguei no trabalho atrasada e um cara tinha roubado a minha vaga. Amdei quatro quarteirões de salto alto por causa desse infeliz. Liguei pra Patricia e contei tudo. É um absurdo, né? Como pode um negócio desses? Fui no shopping e comprei aquele vestido verde que eu tava querendo, ficou lindo. Precisava desestressar.
– Hum.
– Ah! Meu cartão de crédito não passou na loja, usei o seu, tá?
– COMO ASSIM USOU O MEU?
– Ai, num seja insensível. Meu dia foi uma bagunça total, num vamos falar em dinheiro agora, okay? Depois eu pago tudo pra você, num entra em crise.
– Agora fazer o que, né? Já usou mesmo o cartão. E quanto foi o vestido?
– 300 reais, tava na promoção.
– Na promoção PRA QUEM? E que tal ao invés de reclamar que o cara roubou a vaga que é da rua e não SUA, chegar mais cedo no trabalho pra garantir que ela ainda esteja lá?

– Nossa, com você não se pode nem conversar, hein? Estúpido.
– (…)

Tô mentindo que é assim?

clube das mulheres.

Para ler ouvindo:

Minha mãe recebeu um convite pra ir ao clube das mulheres. Achei ridículo. Aliás, mais ridículo que aceitar um convite pra ir ao clube das mulheres é mandar esse convite pra uma mulher casada, com filho e no auge dos seus 56 anos. Quer dizer, ela já poderia ser avó, veja bem. E ainda recebe convite pra ir em clu-be-das-mu-lhe-res? Pelamordedeus. Fiquei chocada. Depois revoltada. Depois pensei: onde esse mundo vai parar? E, por fim, refleti. Calma aí. Clube das Mulheres num passava de domingo à tarde no programa do Gugu? Num tinha um sujeito que ia sempre fazer umas performances bem toscas por lá? Um loiro fortão (Lembraram? Marcos Manzano? Oi?)  E confesso que pensando sobre isso me vi preconceituosa em relação ao tal clube. Preconceituosa, porém, ainda sem aceitar a idéia de ver a minha mãe por lá.

Deixando de lado tudo o que acho sobre o local, 70% do meu círculo de amizades já visitou o estabelecimento pelo menos uma vez. Homens, nós não gostamos de ver vocês peladões, não distorçam as coisas. Não existe uma Love Story versão feminina, viu? Só pra constar.

Tem coisa mais lamentável do que um homem pelado fazendo pose? Tem. Um homem pelado, de 40 anos, vestido de cowboy, achando que é lindo fazer pose. E é isso que você encontra no clube das mulheres. Além de, é claro, muita bebida grátis. Lá é lugar pra tirar sarro da vida se sentindo libertinazona e soltar a franga sem medo de ser feliz, tipo um stand up comedy, sabe? Lá você pode rir alto, bater palma e fazer comentário levemente pornográfico com aquela sua colega de trabalho sem ser recriminada. Lá você vai encontrar pessoas de 17 à 60 anos conversando de igual pra igual, assim, na tranquilidade. Cházão da tarde.

Se eu já fui no Clube das Mulheres? Nunca. Se eu pretendo ir no Clube das Mulheres? Jamais.

Mas que com certeza vou pedir registros detalhados caso a minha mãe vá com as amigas curtir o auge da rebeldia feminina por lá… Você pode crer.

E deixo aqui tudo pra vocês lerem também.

não depende de nós.

Uma amiga leu um livro que falava sobre a auto-estima. O autor afirmava que aquilo que sentimos em relação a nós mesmos é baseado em coisas que acontecem de verdade na vida da gente, nas nossas não-frustrações. Por muito tempo achei que auto-estima era questão apenas de ponto de vista, do modo como você encara a sua vida e as coisas ao seu redor, mas isso não necessariamente acontece. Se você trabalha, tem retorno financeiro por isso e, de quebra, é elogiado, começa a acreditar que é bom no que faz. Reação baseada num fato. Se você se relaciona com alguém, obtém um retorno positivo, uma ligação, um SMS ou coisa do tipo, acredita que agradou o outro. E passa a ser convicta de que relacionamentos valem a pena, funcionam e continua investindo para que eles dêem certo. Se não, acha que o problema está em você; é a ordem natural das coisas.  A questão é que quase nenhum aspecto da vida depende única e exclusivamente das nossas atitudes. Relacionar-se ou trabalhar não depende exatamente só de você.

Quantas vezes você já se sentiu inadequado? Perguntou por aí o que faz de errado? Por que ninguém te liga no dia seguinte, por que nenhum emprego te dá retorno, nenhum estágio funciona? Inúmeras, não? E isso tudo se aplica a muitas outras áreas da vida, aos amigos, à família, nos aspectos religiosos… Enfim, tudo no mundo é uma combinação daquilo que você faz com aquilo que os outros fazem. Às vezes, não existe um problema com você. Às vezes, foi o tempo e o espaço que não contriubuiram para que tal coisa acontecesse; a pessoa não era aquela pessoa, a oportunidade não era pra ser, aquela não era a vida destinada à você. Sim, eu sou clichê, eu acredito em destino. Na verdade, acredito em algo chamado predestinação, mas isso é assunto para outro post. O que eu quero dizer é que a sua auto-estima é mesma baseada em fatos, mas você  não deve se sentir 100% responsável pelos seus fracassos. Achar que quem luta sempre consegue e quem corre atrás sempre conquista, tem sentido. Mas não vale  se menosprezar quando as coisas não funcionam, porque NEM SEMPRE, quem acredita sempre alcança. Mas, é claro que o sol vai voltar amanhã.

E haverão ainda um sem número de chances para ser feliz. Basta não desistir.

UPDATE>>

A leitora Ana, (@ana_cherrylips) recomendou uma música que tem TUDO a ver com post! Aí vai:

o mundo ideal.

Sempre gostei de ter a opção de controlar as coisas na vida. Não conheço quem pense diferente.

Gostaria e, ao mesmo tempo, não gostaria que cada ação determinada provocasse sua reação correspondente. Que conhecer alguém e se apaixonar, significasse namorar, noivar e casar. Sem muitas dores e ressentimentos no meio. Sem muitas pessoas erradas, famílias chatas, conflitos e maiores aborrecimentos. Gostaria de ter a certeza de que, se me empenhar de verdade, estudar, estagiar e trabalhar, alcançarei o emprego dos sonhos. A vida dos sonhos. Queria que todo mundo pudesse ter sua casinha, a comida que mais gosta, um animal de estimação pra servir de consolo quando alguma coisa mínima saísse fora da linha. Mesmo que nesse meu mundo mágico nada saisse fora da linha.

Gostaria de poder estar sempre perto dos amigos quando eles se sentissem sozinhos, nem que fosse pra dar a mão. Nem que fosse pra dizer que às vezes, algumas ações geram reações não confortáveis, mas nunca ruins de fato. Queria que as inseguranças não consumissem, nem tirassem o sono, queria que não houvessem inseguranças quanto ao amanhã.

O mundo poderia ser todo certinhoo, ninguém deveria perder pai, mãe, vó nem vô. Ninguém. E todo mundo deveria ter esses entes queridos nem que fosse pra achar melhor ter nascido sozinho. Mesmo que nunca achassem coisa assim.

Dizem que nada na vida teria graça se soubéssemos desde o começo do filme o seu final. Que se tudo fosse corretinho, seria entediante. Só sentiríamos frio na barriga na montanha russa e olhe lá.

Mas num dá uma vontade, daquelas bem grandes, de mandar o mundo parar um pouquinho de ser tão independente e girar um pouco conforme os nossos desejos?

Eu adoraria.

direta e reta.

Tenho um amigo chato que eu amo muito.

Vocês sabem que os amigos são os nossos chatos preferidos, não é? Então. Mas esse aí estava me tirando mesmo do sério, me enchendo os pacová.

Eu, geminiana que sou, sofri calada, levei a sério cada palavra, me magoeei, fiquei feridona e decidi, por fim, desencanar. Porque é assim que uma pessoa em sã consciencia deve proceder.

“Porque você não escreve sobre coisas boas? Sobre coisas bonitas? Sobre arco-íris, sobre mar aberto, sobre algo que faça rir e que não seja problemático? Está tudo bem com você? Saia dessa vibe baixo astral. Tira esse exu da coisa ruim…”

ENFIM.

Não foram exatamente essas as palavras dele, mas ele pediu, basicamente, pra eu mudar a temática desse blog totalmente fossa-deprê-relacionamentos-e-sentimentos-à-flor-da-pele pra falar de coisa boa. PRA FALAR DE TECPIX E COGUMELO DO SOL. Olha, sinceramente…

Fiquei raivosa, deletei todos os comentários do Facebook que ele fez (vai lá ver, deletei mesmo), mas parei pra pensar sobre o que ele disse e GENTE, FATÃO: eu sou sempre bem humorada (ou quase sempre.)

Então porque diabos gosto de escrever sobre as tragicidades do amor à dois, à três ou a quantas pessoas estiverem no balaio? Sobre cornos, sobre mulheres psicóticas, sobre tantas coisas dolorosas?

Porque elas são de verdade.

Porque as pessoas, caro povo brasileiro, não são um trio elétrico do Chiclete com Banana em Salvador 24 horas por dia. Nem 2 horas por dia, se você viver em São Paulo, trabalhar e pegar metrô. Claro que são felizes, todo mundo é um pouco feliz, pelo menos. Mas tem seus podres, suas feridas. E poucas, MUITO POUCAS, tem a capacidade de falar sobre isso. E quando falam, é porque querem melhorar. E quando querem melhorar, na grande maioria das vezes, me procuram. Porque talvez eu passe essa imagem Chicleteira por aí, mas vocês que lêem o blog já sabem dos meus dramas, né? POIS É.

GENTE, EU TÔ ÓTIMA. Não traí meu namorado, não quero me matar, estou feliz com o meu bofinho que continua lindo e japonês, viu? Mandou beijos, inclusive.

Escrevo sobre coisas que não fazem rir, na maioria dos casos, porque esse não e meu objetivo. Ser palhaça é fácil e quem ri o tempo todo esconde seus problemas. Eu quero é, com as palavras, fazer sentir.

Nem que seja raiva ou pena de mim. Nem que seja pra dizer que meus textos são UÓ da depressão. OKAY? Porque é isso que optei por fazer.

Fui clara?

justificativa.

Já fui muito mais poética. E esse blog muito mais auto-biográfico.

Mas a poesia às vezes é chata, cansativa de ler. Pelo menos as que eu tenho lido, são. De qualquer maneira, é muito mais fácil ser realista com a vida e com o romance dos outros do que com a nossa vida. Das minhas feridas vocês já sabem, já muito escrevi por aqui.

Tenho em mim um pouco de cada traço feminino que descrevo, tenho em mim um pouco de cada caso que narro. Já vivi tantas situações complicadas, movidas pela paixão, pelos sentidos, pelo impulso, pela incoerência de todas as coisas que me dei ao luxo de viver um amor tranquilo. Parece que aprendi, finalmente, a ter um.

Certas coisas escrevo com tanta distância de mim como se nunca as tivesse experimentado. Saibam (e eu sei mesmo que vocês sabem) que provei de quase todas. Tenho tantos pecados colecionáveis que seria imprudência falar de amor sem nunca tê-lo sentido, falar de raiva, traição, desgostos, falsas expectativas e moralidade sem ter estado lá, no bico do corvo do dilema sentimental. Pra falar sobre romance, deve-se, antes de mais nada, tê-lo experimentado.

Não que de tudo que eu coloque no papel eu já tenha bebido um cálice, na verdade não é bem assim. Mas que de tudo um pouco já senti bem de perto, pelo menos o aroma, garanto que sim.

E apesar de ter ido, voltado e do mundo ter dado suas inúmeras voltas consegui aprender tanto comigo quanto com os outros, o que considero uma vitória.

Se ofendi alguém, mil desculpas. Se fui sincera demais, desculpas também. Se pareço triste, ressabiada, se algum texto for machista, feminista ou preconceituoso, mais e mais desculpas. Tudo são recortes da vida de conhecidos, e, obviamente, quando a gente resolve opinar sobre alguma coisa, sempre pisa no calo de alguém.

Eu estou ótima, minha vida vai bem, não tenho problemas com nada além da falta de dinheiro e alguns momentos de fraqueza, coisa que vocês também já sabem. Mais importante que falar sobre as decepções e ultrajes do amor é sentí-lo. E o fato do meu coração ter encontrado, finalmente, um lugar para descansar.

consulta.

Mulheres, como vocês já sabem, são seres muito peculiares. Compram uma blusa nova e sentem a necessidade de comentar com alguém e saber se ela valeu mesmo os 150 reais gastos. Tem um cara gatinho na academia ou no trabalho e pronto, já tiram foto do sujeito pra comentar com as amigas.  Já logo descobrem se ele tem Facebook, se é casado ou solteiro, o nome e o RG da mãe dele. Se vivem um grande amor ou uma grande decepção, precisam compartilhar, aconselhar-se com aquela amiga que sabem que não vai rir das suas inseguranças.

Eu achava que não, mas os homens também tem seus conselheiros.

É claro que eles não dão tanta bandeira como nós, não saem da mesa do bar em pares cochichando e rindo na cara dos seus pretendentes. Nao mandam sms’s imediatos, não contam cada detalhe do que acontece. Mas compartilham SIM uns com os outros quando acham que uma ou outra vale a pena. Mas só QUANDO VALE MESMO A PENA.

A mulher é detalhista. Fala da roupa, da música, do cheiro de chuva do ambiente. Descreve o cabelo dele que estava com ou sem gel, se ele havia acabado de sair do trabalho, diz se ele parecia ou não cansado. É capaz de reproduzir falas inteiras com as devidas pausas e respirações. Cada segundo daquela conversa sobre nada do elevador pode ter (ou não) um significado muito maior. E as ouvintes, quase sempre, lembram de tudo que foi dito para costurar todos os pontos e dar um veredicto sobre um possível relacionamento ou investida. Alguma coisa está mesmo acontecendo? Ou seria só a nossa imaginação?

Somos seres altamente atentos às insignificâncias.

O homem é objetivo. Chega no brother e diz: “Sabe a fulana? Então, tô pensando em pegar.” Aí o outro responde: “Pô, ela é bacana.” ou “Nossa, ela é zuada.”

E morre aí.

Mentira. Nem sempre morre aí. Eles comentam do jeito deles sobre as coisas que acontecem, mas só com aquele amigo mais chegado e que, de preferência, seja amigo da pretendida também. Não falam tantos detalhes, não admitem tantas inseguranças. Homem acha que perde um pouco da sua masculinidade se ficar assumindo publicamente que não sabe o que fazer em determinadas situações. E eles realmente não sabem.

Não pense que tudo o que eles dizem tem um sentido maior que o que está ali, bem na nossa frente. Não fique imaginando que eles deixaram a gravata torta à 15 graus para esquerda porque queriam parecer desencanados. Geralmente as palavras são só palavras, e os gestos, só gestos.  Homem é mais ligado nas ações no que nos sinais.

Se ele te quer, você logo vai saber. Se ele ele gosta de você vai deixar isso tão escancarado que até você vai duvidar se é ou não verdade e, principalmente, se tiver de ser, vai ser.